domingo, 15 de novembro de 2009

Informações sobre o Ensino Fundamental de 9 Anos

Para implantar o Ensino Fundamental de 9 anos, as redes municipais e estaduais devem passar por um período de transição em que os dois sistemas coexistem. Durante esses anos, as escolas devem operar seguindo duas matrizes curriculares: a antiga, para o ensino fundamental de oito anos (até que a última turma que ingressou na antiga 1ª série se forme na 8ª série) e a nova, para o Ensino Fundamental de nove anos. Mais do que simplesmente aceitar as matrículas das crianças de 6 anos de idade no 1º ano, as secretarias devem se reestruturar, reelaborando, em conjunto com os gestores das escolas, a Proposta Pedagógica da rede e o Projeto Político-Pedagógico das escolas, considerando a maior duração do processo formativo. Os professores precisam ser capacitados para desenvolver um trabalho coerente com a nova realidade, respeitando o desenvolvimento da infância. O espaço físico e o mobiliário das salas de 1º ano precisam ser apropriados para crianças de 6 anos.

Segundo o Parecer CNE/CEB nº 7/2007, nenhuma criança que está ingressando no Ensino Fundamental pode ser matriculada diretamente no segundo ano letivo, tendo ou não frequentado a pré-escola. A justificativa do MEC, publicada no documento “Ensino Fundamental de nove anos: passo a passo do processo de implantação”, é a de que a “ampliação do tempo dessa etapa visa qualificar o ensino e a aprendizagem e não antecipar sua conclusão”.

A Educação Infantil passa a ter a duração total de 5 anos. Continua a atender na creche crianças de 0 a 3 anos e na pré-escola, as de 4 e 5 e também as que completarem 6 anos após o início do ano letivo.

É preciso garantir, no 1º ano, que o trabalho seja voltado para as especificidade das crianças de 6 anos, preservando, principalmente, o tempo destinado ao brincar. Especialistas alertam para o risco de se adiantar as aprendizagens voltadas para as crianças mais velhas, roubando etapas do desenvolvimento infantil desses alunos. No entanto, ao contrário do que acontecia no último ano da pré-escola, este 1º ano não encerra uma fase e sim, inaugura um ciclo que deve ser considerado como um todo, constituído de três anos, ao final dos quais a criança deve estar alfabetizada. Portanto, é necessário criar uma nova matriz curricular com um caminho híbrido que garanta o ensino dos conteúdos das diversas disciplinas ao mesmo tempo em que preserva a infância.

Fonte: Revista Nova Escola

15 de Novembro - A República

Os bastidores da República
Os 120 anos desse período são a oportunidade para rever criticamente o golpe que deu início a ele e debater a ausência de participação popular
Rita Trevisan (novaescola@atleitor.com.br)


HERÓI FABRICADO No quadro de
Henrique Bernardelli, Deodoro aparece
como a figura central da proclamação.
Henrique Bernadelli/Acervo do Museu
da República


Tour crítico no Museu do Ipiranga
Nas clássicas representações do golpe militar que marcou o fim da Monarquia no Brasil e o início da República, a imagem do marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), erguendo seu quepe cheio de glórias, é a que prevalece. No quadro de Henrique Bernardelli (1857-1936, mostrado à esquerda), o militar é propositadamente recuperado como a figura central, o representante maior dos ideais de liberdade associados ao novo período. Esses e outros retratos da época ajudaram a disseminar uma visão parcial do episódio, apagando outros personagens que desempenharam papel relevante na mudança. Iluminar esses grupos esquecidos é o ponto de partida para apresentar uma visão crítica da proclamação da República aos estudantes.

O ponto fundamental é esclarecer que, longe de ser um fato pontual, a instauração do novo modo de governo decorre de uma série de fatores que contribuíram para criar um cenário propício à República (veja o quadro abaixo). Expor essa realidade aos alunos, privilegiando a visão de processo histórico, permite um entendimento mais profundo da realidade política, econômica e social da época. Com base nessa revisão histórica, o próprio papel dos militares no episódio passa a ser relativizado, uma vez que outros agentes com importante função no gradativo enfraquecimento do antigo governo são trazidos à luz.

É possível, por exemplo, reavaliar o que de fato ocorreu no dia da proclamação. Em 14 de novembro de 1889, os republicanos fizeram circular o boato de que o governo imperial havia mandado prender Deodoro e o tenente-coronel Benjamin Constant, líder dos oficiais republicanos. O objetivo era instigar o marechal, um militar de prestígio, a comandar um golpe contra a monarquia. Deu certo: no dia 15, ele reuniu algumas tropas, que em seguida rumaram para o centro do Rio de Janeiro e depuseram os ministros de dom Pedro II.

O imperador, que estava em Petrópolis, a 72 quilômetros do Rio de Janeiro, retornou para a capital na tentativa de formar um novo ministério. Mas, ao receber um comunicado dos golpistas informando sobre a proclamação da República e pedindo que deixasse o país, não ofereceu resistência e partiu para a Europa. Tamanho era o temor de que o Império pudesse ser restaurado que o banimento da família real durou décadas: apenas em 1921 os herdeiros diretos do imperador deposto foram finalmente autorizados a pisar em solo brasileiro.

Vale discutir o peso da participação de Deodoro da Fonseca explicando alguns detalhes dos bastidores do acontecimento. Fosse ou não ele a figura central do fato, que não enfrentou praticamente nenhuma resistência - daí as representações não o mostrarem de espada em punho -, muito provavelmente a história teria o mesmo desfecho. Conte que o "herói da proclamação" fez parte do Estado monárquico e era funcionário de confiança de dom Pedro II. Relutou em instaurar o novo sistema e aderiu à causa dias antes.

No dia fatídico, ele saiu de casa praticamente carregado por seus companheiros - Deodoro estava doente, com problemas respiratórios. Cavalgou quase a contragosto, ameaçado pela ideia de que o governo imperial, ao saber dos boatos sobre a proclamação, pretendesse reorganizar a Guarda Nacional e fortalecer a polícia do Rio de Janeiro para se contrapor ao Exército. Foi o republicano José do Patrocínio que, horas mais tarde, dirigiu-se à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, presidindo o ato solene de proclamação da República. Deodoro, a essa altura, estaria em casa, possivelmente assinando a carta que chegaria a seu amigo pessoal, o imperador Pedro II, informando, com grande pesar, o banimento da família real.

Quatro razões para a queda da Monarquia

Abolição da escravatura
Decretado em 1888, o fim da escravidão desestabilizou a agricultura de exportação, baseada no trabalho compulsório. O Império mostrou-se incapaz de responder com a agilidade necessária às novas demandas dos fazendeiros e não conseguiu garantir a estabilidade econômica.

Influências externas
O Brasil era o único país independente na América do Sul a manter uma monarquia - países vizinhos colonizados pela Espanha optaram pela república logo após a autonomia. O contato dos militares com a realidadedas nações vizinhas disseminou a ideia de um novo sistema de governo.

Centralização política
Concentrador de poderes por definição, o sistema monarquista já não era compatível com as necessidades nascidas da modernização da economia. Elites provinciais de São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, já reivindicavam, desde o início do século, certo nível de autonomia.

Perda de apoio popular
Dom Pedro II, na maior parte do tempo recolhido em Petrópolis, já não era mais uma figura querida entre as massas. Além dele, a princesa Isabel e seu marido, conde d’Eu, eram frequentemente alvo de ataques e chacotas da imprensa nacional e internacional.
Debata a criação de símbolos para sustentar a nova ordem

Basear-se na desmistificação dessas figuras centrais no episódio da proclamação pode ser um caminho para estudar de que forma os protagonistas de determinadas passagens da história trabalham para passar uma imagem gloriosa de seus feitos. Discuta com a turma que esses relatos incluem ideologias e interesses e não podem ser encarados como fiéis ao fato. Em vez disso, é melhor vê-los como um recorte do acontecido, que precisa ser confrontado com outras fontes para que se possa compor um panorama mais próximo da realidade.


FIM DE FESTA Com a monarquia deposta, dom Pedro II (primeiro à esq.) buscou exílio na Europa. ReproduçãoAinda recorrendo ao exemplo da República, mostre o esforço dos grupos vitoriosos para criar e popularizar símbolos e personagens históricos que representem um novo regime. Festas cívicas, monumentos, estátuas, telas e gravuras consolidadoras das tradições nacionais são as expressões mais marcantes desse esforço - uma atitude costumeira, repetida mundo afora em inúmeras outras reformas e revoluções.

No caso da proclamação, os governantes alteraram o nome de diversas ruas, substituindo os que tinham ligação com o Império por outros associados à República. Vias denominadas "Imperatriz" se transformaram em ruas 15 de Novembro, assim como muitos Largos da Matriz passaram a chamar-se Praça da República. Além das estátuas do marechal, figuras como a de Tiradentes, apontado como o precursor da República, foram recuperadas. É o momento de apresentar à moçada telas e gravuras clássicas e debater o que elas representam.


HOMENAGEM OFICIAL A cidade de Alagoas, vizinha de Maceió, em 1939 passou a se chamar Marechal Deodoro. Foto: Luis MoraisUma reflexão importante surge da comparação entre os ideais da propaganda oficial e a realidade concreta (leia esta sequência didática ).Em relação à República, é possível explorar a contradição entre um sistema que prometia trazer o povo para o centro da atividade política, mas que consolidou-se quase sem envolvimento popular nem na deposição da Monarquia nem na formação do novo governo - o que ocorreu foi uma junção de forças entre as oligarquias que davam sustentação ao Império com uma parte da nova burguesia comercial e industrial.

A investigação sobre a relação do povo com o poder na proclamação da República pode terminar com uma comparação com os dias de hoje. De lá para cá, o que mudou? Hora de mostrar que, apesar de nosso modelo de democracia garantir a representatividade do povo por meio do voto direto e de existirem formas de o cidadão exercer algum controle sobre as esferas de poder, continuam válidas as palavras do historiador José Murilo de Carvalho: "Ainda hoje, a atitude popular perante o poder ainda oscila entre a indiferença, o pragmatismo fisiológico e a reação violenta".

Quer saber mais?

CONTATO
Pedro Henrique Raveli

BIBLIOGRAFIA
A Formação das Almas - O Imaginário da República no Brasil, José Murilo de Carvalho, 168 págs., Ed. Companhia das Letras, 42,50 reais
O Despertar da República, Ana Luiza Martins, 112 págs., Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838, 23 reais
Os Bestializados - O Rio de Janeiro e a República Que Não Foi, José Murilo de Carvalho, 216 págs., Ed. Companhia das Letras, tel. (11) 3707-3500, 42 reais
Comente

Fonte: Revista Nova Escola
África de todos nós
Desde 2003, a cultura africana faz parte do currículo. Descubra com seus alunos a riqueza das ciências, das tecnologias e da história dos povos desse continente
Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)

África: berço da humanidade

Os diversos povos que habitavam o continente africano, muito antes da colonização feita pelos europeus, eram bambambãs em várias áreas: eles dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia; usavam sistemas matemáticos elaboradíssimos para não bagunçar a contabilidade do comércio de mercadorias; e tinham conhecimentos de astronomia e de medicina que serviram de base para a ciência moderna. A biblioteca de Tumbuctu, em Mali, reunia mais de 20 mil livros, que ainda hoje deixariam encabulados muitos pesquisadores de beca que se dedicam aos estudos da cultura negra.

Infelizmente, a imagem que se tem da África e de seus descendentes não é relacionada com produção intelectual nem com tecnologia. Ela descamba para moleques famintos e famílias miseráveis, povos doentes e em guerra ou paisagens de safáris e mulheres de cangas coloridas. "Essas idéias distorcidas desqualificam a cultura negra e acentuam o preconceito, do qual 45% de nossa população é vítima", afirma Glória Moura, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB).

Negros são parte da nossa identidade

O pouco caso com a cultura africana se reflete na sala de aula. O segundo maior continente do planeta aparece em livros didáticos somente quando o tema é escravidão, deixando capenga a noção de diversidade de nosso povo e minimizando a importância dos afro-descendentes. Por isso, em 2003, entrou em vigor a Lei no 10.639, que tenta corrigir essa dívida, incluindo o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas. "Uma norma não muda a realidade de imediato, mas pode ser um impulso para introduzir em sala de aula um conteúdo rico em conhecimento e em valores", diz Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, membro do Conselho Nacional da Educação e redatora do parecer que acrescentou o tema à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

A cultura africana oferece elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento. Para Iolanda de Oliveira, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, se a escola não inclui esses conteúdos no planejamento, cada professor pode colocar um pouco de África em seu plano de ensino: "Não podemos esperar mais para virar essa página na nossa história", enfatiza. Antes de saber como usar elementos da cultura africana em cada disciplina, vamos analisar alguns aspectos da história do continente e os motivos que levaram essas culturas a serem excluídas da sala de aula.

O ensino de História sempre privilegiou as civilizações que viveram em torno do Mar Mediterrâneo. O Egito estava entre elas, mas raramente é relacionado à África, tanto
que, junto com outros países do norte do continente, pertence à chamada África Branca, termo que despreza os povos negros que ali viveram antes das invasões dos persas,
gregos e romanos.

A pequisadora Cileine de Lourenço, professora da Bryant University, de Rhoad Island, nos Estados Unidos, atribui ao pensamento dos colonizadores boa parte da origem do preconceito: "Eles precisavam justificar o tráfico das pessoas e a escravidão nas colônias e para isso ‘animalizaram’ os negros". Ela conta que, no século 16, alguns zoológicos europeus exibiam negros e indígenas em jaulas, colocando na mesma baia indivíduos de grupos inimigos, para que brigassem diante do público. Além disso, a Igreja na época considerava civilizado somente quem era cristão.

Uma das balelas sobre a escravidão é a idéia de que o processo teria sido fácil pela condição de escravos em que muitos africanos viviam em seus reinos. Essa é uma
invenção que não passa de bode expiatório: a servidão lá acontecia após conquistas internas ou por dívidas – como em outras civilizações. Mas as pessoas não eram
afastadas de sua terra ou da família nem perdiam a identidade.

Muitas vezes os escravos passavam a fazer parte da família do senhor ou retomavam a liberdade quando a obrigação era quitada com trabalho. Outra mentira é que seriam povos acomodados: os negros escravizados que para cá vieram revoltaram-se contra a chibata, não aceitavam as regras do trabalho nas plantações, fugiam e organizavam quilombos.

A exploração atrapalhou o desenvolvimento

A dominação dos negros pelos europeus se deu basicamente porque a pólvora não era conhecida por aquelas bandas – e porque os africanos recebiam bem os estrangeiros,
tanto que eles nem precisavam armar tocaias: as famílias africanas costumavam ter em casa um quarto para receber os viajantes e com isso muitas vezes davam abrigo ao
inimigo. Durante mais de 300 anos foram acaçambados cerca de 100 milhões de mulheres e homens jovens, retirando do continente boa parte da força de trabalho e rompendo com séculos de cultura e de civilização.

Nesta reportagem, deixamos de lado de propósito a capoeira, embalada pelo berimbau; a culinária, enriquecida com o vatapá, o caruru e outros quitutes; as influências musicais do batuque e a ginga do samba e dos instrumentos como cuícas, atabaques e agogôs. Preferimos mostrar conteúdos ligados às ciências sociais e naturais, à Matemática, à Língua Portuguesa e Estrangeira e a Artes, menos comuns em sala de aula, para você rechear a mochila de conhecimentos dos alunos sobre a África.

Fonte: Revista Nova Escola

Avaliação - Prova Brasil

Em novembro, uma nova avaliação
Terceira edição da Prova Brasil vai avaliar cerca de 6 milhões de estudantes de 5º e 9º anos do Ensino Fundamental

A terceira edição da Prova Brasil será realizada entre os dias 9 e 27 de novembro. Cerca de 6 milhões de estudantes de 5º e 9º anos (4ª e 8ª séries) do Ensino Fundamental, de escolas públicas de todo o país, serão avaliados em Língua Portuguesa e Matemática. O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) montaram modelos de avaliação para o 5º e o 9º ano nos mesmos moldes da Prova Brasil.

Nas páginas seguintes, você encontra a análise de 96 itens semelhantes aos da prova e orientações didáticas para que você ajude os alunos a se familiarizar com ela. “As questões foram selecionadas e organizadas de modo a dar uma ideia do que os estudantes encontrarão em outubro”, explica Frederico Neves Condé, coordenador geral de instrumentos de medidas do Departamento de Avaliação da Educação Básica do Inep.

A Prova Brasil é elaborada com base nas propostas curriculares de alguns estados e municípios e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Uma comissão do MEC analisou esse material e, dos pontos em comum, elaborou uma matriz de referência. Essa, por sua vez, não engloba todo o currículo escolar, e sim as habilidades e competências que precisam ser aferidas. Cada uma delas é sintetizada por um descritor. Na prova de Matemática, são avaliadas as habilidades de resolver problemas em quatro temas: espaço e forma, números e operações, grandezas e medidas e tratamento da informação. Para o 5º ano, são 28 descritores (leia o quadro abaixo), e para o 9º, 37 (leia o quadro abaixo).

Descritores de Matemática para o 5º ano

Espaço e forma

D1 Identificar a localização e movimentação de objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas

D2 Identificar propriedades comuns e diferenças entre poliedros e corpos redondos, relacionando figuras tridimensionais com
suas planificações

D3 Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de lados, pelos tipos de ângulos

D4 Identificar quadriláteros observando as posições relativas entre seus lados (paralelos, concorrentes, perpendiculares)

D5 Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da área em ampliação e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas

Grandezas e medidas

D6 Estimar a medida de grandezas utilizando unidades de medida convencionais ou não

D7 Resolver problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml

D8 Estabelecer relações entre unidades de medida de tempo

D9 Estabelecer relações entre o horário de início e término e/ou o intervalo da duração de um evento ou acontecimento

D10 Num problema, estabelecer trocas entre cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro em função de seus valores

D11 Resolver problema envolvendo o cálculo do perímetro de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas

D12 Resolver problema envolvendo o cálculo ou a estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas

Números e operações/Álgebra e funções

D13 Reconhecer e utilizar características do sistema de numeração decimal, tais como agrupamentos e trocas na base 10 e princípio do valor posicional

D14 Identificar a localização de números naturais na reta numérica

D15 Reconhecer a decomposição de números naturais nas suas diversas ordens

D16 Reconhecer a composição e a decomposição de números naturais em sua forma polinomial

D17 Calcular o resultado de uma adição ou subtração de números naturais

D18 Calcular o resultado de uma multiplicação ou divisão de números naturais

D19 Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou subtração: juntar, alteração de um estado inicial (positiva ou negativa), comparação e mais de uma transformação (positiva ou negativa)

D20 Resolver problema com números naturais, envolvendo diferentes significados da multiplicação ou divisão: multiplicação comparativa, ideia de proporcionalidade, configuração retangular e combinatória

D21 Identificar diferentes representações de um mesmo número racional

D22 Identificar a localização de números racionais representados na forma decimal na reta numérica

D23 Resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro

D24 Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes significados

D25 Resolver problema com números racionais expressos na forma decimal envolvendo diferentes significados da adição ou subtração

D26 Resolver problema envolvendo noções de porcentagem (25%, 50%, 100%)

Tratamento da informação

D27 Ler informações e dados apresentados em tabelas

D28 Ler informações e dados apresentados em gráficos (particularmente em gráficos de colunas)
Descritores de Língua Portuguesa para o 5º ano

Procedimentos de leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

D4 Inferir uma informação implícita em um texto

D6 Identificar o tema de um texto]

D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato

Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

D5 Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.)

D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros

Relação entre textos

D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

Coerência e coesão no processamento do texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto

D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa

D8 Estabelecer relação causa e consequência entre partes e elementos do texto

D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

D14 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações

Variação linguística

D10 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto
Já a prova de Língua Portuguesa avalia apenas habilidades de leitura, representadas por 15 descritores para o 5º ano (leia o quadro abaixo) e 21 para o 9º (leia o quadro abaixo). Eles estão agrupados em cinco blocos: procedimentos de leitura; implicação do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto; relação entre textos; coerência e coesão no processamento do texto; relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido e variação linguística. “A ideia é avaliar se o aluno tem a capacidade de fazer uma leitura crítica”, explica Gisele Gama Andrade, da Abaquar Consultores e Editores Associados, organizadora dos estudos Língua Portuguesa – Orientações para o Professor e Matemática – Orientações para o Professor, realizados pelo Inep, pela Fundação Victor Civita e pelo Todos Pela Educação – com o apoio do Itaú BBA.

Descritores de Matemática para o 9º ano

Espaço e forma

D1 Identificar a localização e movimentação de objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas

D2 Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando-as com suas planificações

D3 Identificar propriedades de triângulos pela comparação de medidas de lados e ângulos

D4 Identificar relação entre quadriláteros por meio de suas propriedades

D5 Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da área em ampliação e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas

D6 Reconhecer ângulos como mudança de direção ou giros, identificando ângulos retos e não retos

D7 Reconhecer que as imagens de uma figura construída por uma transformação homotética são semelhantes, identificando propriedades e/ou medidas que se modificam ou não se alteram

D8 Resolver problema utilizando a propriedade dos polígonos (soma de seus ângulos internos, número de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares)

D9 Interpretar informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas

D10 Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas significativos

D11 Reconhecer círculo e circunferência, seus elementos e algumas de suas relações

Grandezas e medidas

D12 Resolver problema envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas

D13 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas

D14 Resolver problema envolvendo noções de volume

D15 Resolver problema envolvendo relações entre diferentes unidades de medida

Números e operações/Álgebra e funções

D16 Identificar a localização de números inteiros na reta numérica

D17 Identificar a localização de números racionais na reta numérica

D18 Efetuar cálculos com números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação)

D19 Resolver problema com números naturais envolvendo diferentes significados das operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação)

D20 Resolver problema com números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação)

D21 Reconhecer as diferentes representações de um número racional

D22 Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes significados

D23 Identificar frações equivalentes

D24 Reconhecer as representações decimais dos números racionais como uma extensão do sistema de numeração decimal, identificando a existência de “ordens”, como décimos, centésimos e milésimos

D25 Efetuar cálculos que envolvam operações com números racionais (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação)

D26 Resolver problema com números racionais que envolvam as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação)

D27 Efetuar cálculos simples com valores aproximados de radicais

D28 Resolver problema que envolva porcentagem

D29 Resolver problema que envolva variações proporcionais, diretas ou inversas entre grandezas

D30 Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica

D31 Resolver problema que envolva equação de segundo grau

D32 Identificar a expressão algébrica que expressa uma regularidade observada em sequências de números ou figuras (padrões)

D33 Identificar uma equação ou uma inequação de primeiro grau que expressa um problema

D34 Identificar um sistema de equações do primeiro grau que expressa um problema

D35 Identificar a relação entre as representações algébrica e geométrica de um sistema de equações de primeiro grau

Tratamento da informação

D36 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos

D37 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa
Descritores de Língua Portuguesa para o 9º ano

Procedimentos de Leitura

D1 Localizar informações explícitas em um texto

D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

D4 Identificar o tema de um texto

D14 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato

Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto

D5 Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.)

D12 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros

Relação entre textos

D20 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.

D21 Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

Coerência e coesão no processamento do texto

D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto

D7 Identificar a tese de um texto

D8 Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la

D9 Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto

D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa

D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto

D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

D16 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados

D17 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações

D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão

D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos

Variação linguística

D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto
Pré-teste em todo o país
A Prova Brasil é formulada por especialistas de cada área com experiência em sala de aula. Eles fazem a classificação do grau de complexidade das questões com base nos raciocínios que os alunos podem utilizar. Antes de chegar à Prova Brasil, as perguntas passam por um pré-teste para saber como os alunos as resolvem. “Elas são aplicadas a uma grande amostragem de estudantes de todo o país”, diz Condé. “Com isso, verificamos como um item é interpretado e resolvido e quais têm possibilidade de acerto por chute, ou seja, sem o conhecimento do conteúdo. Esses são eliminados do banco de questões.” A pré-testagem mais recente foi feita em 2007 e servirá para a montagem da prova deste ano.

É atribuída uma pontuação para cada questão, o que permite classificá-la numa escala numérica de zero a 500, que define as habilidades ou competências já construídas pelo estudante. Chega-se, então, ao último passo do processo, que é a escolha, entre as pré-testadas, das perguntas que irão compor a prova. No balanço geral, segundo Condé, cerca de 60% são classificadas num grau médio de complexidade. As demais se dividem entre fáceis e difíceis. Na elaboração do exame, também há a preocupação de começar pelas questões mais fáceis para não desestimular os alunos.

Como será a Prova Brasil
Como nos exames realizado em 2005 e 2007, o Inep prepara 14 blocos de questões (sete de Língua Portuguesa e sete de Matemática). Cada estudante recebe um caderno com dois blocos de cada disciplina. Eles são arranjados de forma a gerar 21 combinações diferentes. Assim, numa mesma turma, dificilmente dois alunos farão provas iguais. Nas edições anteriores, cada bloco destinado aos estudantes do 5º ano era composto de 11 questões. Ou seja, os alunos tinham de responder a 44 perguntas – 22 de Língua Portuguesa e 22 de Matemática. Para este ano, o Inep estuda a possibilidade de fazer blocos com 12 perguntas cada um, o que elevaria o total a ser respondido para 48. Para realizar o exame em forma de teste de múltiplas escolhas, com quatro ou cinco alternativas, os estudantes têm duas horas e meia. Esse também é o tempo estipulado para os alunos da 8ª série, cuja prova tem blocos de 13 questões (no total de 52).

Como a nota é divulgada
O objetivo da Prova Brasil não é avaliar o aluno, e sim o sistema. Por isso, o resultado é divulgado por escola e pode ser consultado no site provabrasil.inep.gov.br. Também não é uma nota de 0 a 10, como em provas comuns. Ela é uma média e mostra em que ponto da escala de 0 a 500 os alunos de determinada instituição estão nas duas disciplinas. Essa posição indica as habilidades já conquistadas, as que ainda estão em construção e as que necessitam de retomada para que sejam desenvolvidas. Esse dado permite à escola comparar o desempenho dos estudantes com a média do município, do estado e do Brasil. As que já participaram das outras edições podem avaliar em que pontos houve avanço em relação às notas anteriores e em quais disciplinas é preciso investir e planejar e formação de professores. Finalmente, cabe o questionamento: como a escola está em relação às metas traçadas para o ano? “Analisando o desempenho dos alunos na Prova Brasil, os professores verificam em que momento da construção do conhecimento os alunos estão e o que precisa ser reforçado em sala de aula para que eles continuem avançando”, observa Condé.

Para ajudar no trabalho
Nas páginas seguintes, você vai encontrar itens da prova com a indicação do descritor a que se refere. Uma equipe de cinco consultores analisou cada um deles, descrevendo os possíveis caminhos que o aluno pode seguir para chegar à solução. Em seguida, estão relacionadas possibilidades de orientações para organizar atividades sobre os diversos temas em sala de aula.

Cleusa Capelossi, professora da Escola da Vila, em São Paulo, dá as dicas para a prova de Matemática do 5º ano (página 16). Beatriz Gouveia, coordenadora do programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, e Kátia Brakling, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, ambos em São Paulo, fazem o mesmo para as questões de Língua Portuguesa do 5º ano (página 24).

As perguntas de Matemática que serão resolvidas pelos jovens do 9º ano (página 34) foram esmiuçadas por Luciana do Oliveira Gerzoschkowitz Moura, também professora da Escola da Vila, e Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10, analisou os itens do exame de Língua Portuguesa do 9º ano (página 44). Aproveite esta edição e bom trabalho.

Quer saber mais?

5º ano

Matemática

BIBLIOGRAFIA
A Matemática na Escola: Aqui e Agora, Delia Lerner, 191 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 46 reais
Cadernos da Escola da Vila 5 – Aprender Matemática Resolvendo Problemas, Vânia Marincek e Zélia Cavalcanti, 86 págs., Ed. Artmed, 29,90 reais
Didáctica das Matemáticas, Jean Brun, 280 págs., Ed. Instituto Piaget, www.ipiageteditora.com, 17,81 euros
Ensinar Matemática na Educação Infantil e nas Séries Iniciais: Análise e Propostas, Mabel Panizza, 188 págs., Ed. Artmed, 47 reais
Introdução ao Estudo das Situações Didáticas – Conteúdos e Métodos de Ensino, Guy Brousseau, Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 32,90 reais

INTERNET
Em www.abc.gov.ar/lainstitucion/sistemaeducativo/educprimaria, você encontra o documento Diseño Curricular para la Educación Primaria. Dirección General de Cultura y Educación de la Provincia de Buenos Aires.

Língua Portuguesa

BIBLIOGRAFIA
A Formação do Leitor Literário, Teresa Colomer, 454 págs., Ed. Global, tel. (11) 3277-8141, 53 reais
Andar Entre Livros – A Leitura Literária na Escola, Teresa Colomer, 208 págs., Ed. Global, 35 reais
Compreensão da Leitura e Expressão Escrita, Alicia P. Pizani, Magali M. Pimentel e Delia Lerner, 172 págs., Ed. Artmed, 48 reais
Ensinar a Ler. Ensinar a Compreender, Anna Camps e Teresa Colomer, 196 págs., Ed. Artmed, 39 reais
Ler e Escrever na Escola – O Real, o Possível e o Necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed, 36 reais

9º ano

Matemática

BIBLIOGRAFIA
Didática da Matemática – Reflexões Pedagógicas, Cecília Parra (org.), 258 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 48 reais
O Ensino de Matemática Hoje, Patricia Sadovsky, 112 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 25,90 reais
O Ensino de Matemática, J. C. Sánchez Huete e J. A. Fernández Brava, 232 págs., Ed. Artmed, 51 reais

Língua Portuguesa

BIBLIOGRAFIA
A Coesão Textual, Ingedore V. Koch, 88 págs., Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838, 18 reais
Da Fala para a Escrita: Atividades de Retextualização, Luiz Antonio Marcuschi, 136 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3611-9616, 26 reais
Gramática da Língua Portuguesa: Tradição Gramatical, Mídia e Exclusão Social, Marcos Bagno, 326 págs., Ed. Loyola, tel. (11) 2914-1922, 48,60 reais
Gêneros Textuais e Ensino, Luiz Antonio Marcuschi e outros autores, 232 págs., Ed. Lucerna, tel. (21) 2463-7446, 32,90 reais
Ler e Compreender: Os Sentidos do Texto, Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias, 216 págs., Ed. Contexto, 33 reais
O Texto e a Construção dos Sentidos, Ingedore V. Koch, 168 págs., Ed. Contexto, 19,90 reais
Ortografia: Ensinar e Aprender, Artur Gomes de Morais, 128 págs., Ed. Ática, 39,90 reais
Por Que (Não) Ensinar Gramática na Escola, Sírio Possenti, 96 págs., Ed. Mercado das Letras, tel. (19) 3241-7514, 19 reais
Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura, Ângela Kleiman, 82 págs., Pontes Editores, tel. (19) 3252-6011, 22,50 reais

Fonte: Revista Nova Escola

Prova Brasil - 2009

De 9 a 27 de novembro, os mais de 6 milhões de estudantes de 4ª e 8ª séries (5º e 9º anos) do Ensino Fundamental farão a Prova Brasil, principal avaliação do rendimento das escolas públicas do país. Parte integrante do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a prova - que checa as habilidades essenciais em Língua Portuguesa e Matemática - é considerada pelos especialistas um instrumento essencial para o avanço da qualidade do ensino. Apesar disso, a maioria dos professores a vê como uma caixa-preta: afinal, o que ela avalia e como trabalhar essas competências em sala de aula?

A dúvida é o resultado da estratégia usada até agora pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC) de não divulgar todas as questões. Os educadores tinham acesso apenas à descrição de habilidades e competências avaliadas, mas não sabiam como eram abordadas. A razão é a metodologia usada: a Teoria da Resposta ao Item (TRI), que exige a repetição de perguntas para que haja uma série de comparação. As que têm de ser repetidas continuarão restritas. As demais serão divulgadas.

Conteúdo relacionado

Reportagens

Leitura de textos de gêneros diferentes
Leitura de textos de complexidades diferentes
Orientações didáticas sobre leitura
Leitura para toda a escola
Oba, hoje é dia de leitura!
Leitura não pode ser só folia
Roger Chartier - O especialista em história da leitura
É preciso dar sentido à leitura
Biblioteca não é depósito de livros
Histórias de leitura sem fim
Como interpretar os resultados da Prova Brasil
Saeb x Prova Brasil
Orientações do Inep sobre a prova de Língua Portuguesa para o 5o ano do Ensino Fundamental (PDF)
Entrevista com Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC
Leia também sobre a Prova Brasil de Matemática
Vídeos

Incentivo à leitura
A importância dos clássicos
Formação de professores e alunos escritores
A Prova Brasil é baseada nos currículos propostos por redes estaduais e municipais, já que no país não há um currículo nacional. Uma comissão do MEC examinou o material, identificando pontos convergentes - o que deu origem a uma matriz de referência (entregue a todas as escolas pelo MEC em abril), que não elenca conteúdos, mas competências e habilidades.

Essas capacidades são apresentadas na prova por meio de descritores, que, como o nome indica, descrevem o que a garotada precisa dominar (veja os de Língua Portuguesa). "Essas habilidades são o mínimo que os alunos precisam saber. Sem isso, não podem ser considerados aptos nas duas disciplinas", ressalta Maria Inês Pestana, diretora de estatística da Educação Básica do Inep e responsável pela Prova Brasil.

Para fazer valer os objetivos da avaliação, o Inep, a Fundação Victor Civita e o Todos pela Educação - com o apoio do Itaú BBA - passaram uma revista nas questões dos últimos anos. "O trabalho desmistifica o exame e aponta como desenvolver nas crianças as habilidades básicas", explica Gisele Gama, da Abaquar Consultores, a coordenadora do estudo. Focado na prova da 4ª série (5º ano), ele será divulgado em junho, assim como os modelos de questões.

NOVA ESCOLA teve acesso ao documento em primeira mão e foi além. Preparou um material exclusivo que diminuirá sensivelmente o mistério que envolve a avaliação. Você verá a análise didática de questões da prova de Língua Portuguesa (que foca a leitura). A amostra é representativa por esclarecer um ponto crucial: como as habilidades indicadas pelos descritores são avaliadas em relação a diversos gêneros e a textos de níveis de complexidade diferentes. Para efetivamente ajudar você, mostramos como ensinar as habilidades que os alunos devem dominar. No próximo mês, uma nova reportagem irá abordar a prova de Matemática.

Fonte: Revista Nova Escola

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Reunião de Conselho de Classe II Trimestre - Ensino Médio

Boneca Rana

A bonequinha Rana é um personagem criado pela Professora Ingrid Costa para disseminar a Cultura Afro-brasileira e Africana essencialmente nas escolas.

A escolha do nome dessa boneca foi baseado na sua origem africana e seu significado é "felicidade", característica marcante do povo negro que é a CELEBRAÇÃO DA VIDA .

A bonequinha já viajou por vários países africanos por tempos muito remotos, transpassando o tempo e o espaço, trazendo consigo muitas histórias do povo africano. O objetivo dela é contar essas histórias para todos (grandes e pequenos)para que conheçam um pouco mais sobre a cultura afro-brasileira.

Rana é muito alegre e divertida, gosta de cantar, dançar e sempre tem contos africanos para recitar.

Neste dia em que houve o Conselho de Classe na escola, ela apresentou o Conto Africano: "SOPA DE LÍNGUAS".

Esta é uma maneira diferente e divertida de se promover uma reunião com os professores, onde podemos aprender um pouco mais uns com os outros os temas que nos são oportunos. É uma forma descontraída e artística de se obter informações sobre o conteúdo de tão difícil acesso para os professores nos materiais de apoio didático.

A intenção é incentivar e indicar fontes para que os professores tenham mais recursos para trabalharem em sala de aula com seus alunos e os estudantes se interessem mais pela cultura negra.

Profª Ingrid Costa (Supervisora do Ens. Médio e Séries Iniciais do turno da Manhã)

Bonequinha Rana visita os professores da Escola Tellechea


Nossas crianças... Nossos amores... Nosso futuro... Estudantes do Tellechea!




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Justiça condena alunos a pagar R$ 10 mil por hostilizar professora no Orkut

Viúva e mãe de dois filhos, uma professora de escola particular de classe média, localizada na Zona Leste de São Paulo, tenta obter na Justiça indenização contra três estudantes que, em 2005, criaram uma comunidade no Orkut para hostilizá-la. Os adolescentes foram obrigados pela Justiça a cumprir medidas socioeducativas, e seus pais foram condenados em primeira instância a pagar indenização de R$ 10 mil, mas recorreram. O Tribunal de Justiça ainda não se manifestou. Sobre a indenização pesam correção monetária e juros de até 1% ao mês.

"Eu sou uma professora chata, um pouco rígida, e não admitia o uso de MP3. Um dos autores da comunidade me desafiava, havia uma desavença", diz a professora. Ela conta que a comunidade intitulada "eu odeio a professora..." fazia um trocadilho com seu nome, transformando-o em um adjetivo negativo. Mensagens eróticas e termos chulos enviadas por alunos atrelavam o rigor da profissional em sala de aula à sua condição de viúva, "sem marido".

"Foi terrível. Estudantes e professores de outros colégios vizinhos ficaram sabendo. Eu passava na rua e diziam: 'é aquela', 'é aquela'", afirmou. A chateação também alcançou a filha da professora, que estudava no mesmo colégio e foi alvo de brincadeiras e ameaças.

A professora conta que foi avisada por uma aluna que o nome dela havia sido colocado em uma comunidade na internet. A filha dela, também adolescente, fez uma pesquisa e descobriu a comunidade. Ela imprimiu as páginas e avisou a direção da escola que imediatamente chamou todos para uma reunião e pediu explicações e desculpas. Na mesma tarde, a comunidade foi tirada do ar.

Desculpas

Segundo a professora, 16 estudantes que apareceram como membros da comunidade pediram desculpas e três deles mantiveram a postura anterior. "Quando foram convocados, esses três deram risada e disseram que o assunto ocorreu fora da escola e deveria ser resolvido fora da escola. Diante disso, a própria escola me orientou a processá-los. Fiz um boletim de ocorrência e entrei com a ação. Quando foram intimados, os alunos pediram desculpas e mandaram cartas", diz a professora.

De acordo com o advogado da vítima, José Borges de Morais Júnior, uma tentativa de conciliação terminou frustrada. O advogado pediu o pagamento de indenização de R$ 6 mil, mas os pais dos alunos fizeram uma contraproposta de R$ 1 mil. Como a conciliação não prosperou, a Justiça deu a sentença de R$ 10 mil. Para a professora, os valores envolvidos são o que menos importa. "Como ocorre com a maioria dos brasileiros,a pessoa só se incomoda quando dói no bolso. O interesse maior é que eles sintam que eles têm direitos, mas também têm deveres. Tem de existir respeito com o outro" afirmou.

A professora manteve o emprego. Um dos estudantes formou-se no mesmo ano e outros dois pediram transferência. Segundo a professora, duas mães dos processados mantiveram silêncio, mas uma terceira chegou a dizer que ela, professora, estava agindo com exagero. Educadora há 25 anos, ela afirma que fenômenos como esse ocorrem porque a família está transferindo a responsabilidade de educar para a escola. "Os pais têm medo de educar e perder o filho. Existe muita liberdade e pouca responsabilidade", afirmou.

O advogado dos três adolescentes, Zacarias Romeu de Lima, disse ao G1 que a defesa mantém a argumentação de que a criação da comunidade pelos alunos foi uma reação à atitude da professora em sala de aula. "A ação dela desencadeou uma reação dos alunos", afirmou. Ainda de acordo com ele, os adolescentes se arrependeram e cumpriram medidas sócioeducativas.

"Foram atitudes impensadas, de alguém que está em fase de formação, tanto que houve arrependimento deles. O importante é que se arrependeram e cumpriram a medida indicada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude. Eles nunca imaginavam que poderia chegar a essa fase", afirmou.

Roney Domingos Do G1, em São Paulo - globo.com - 09/11/2009