sábado, 11 de abril de 2009

Vestibular Unificado

Reitor da Furg participa de reunião para discutir novo processo seletivo


Reitores das universidades federais brasileiras estiveram reunidos nos dias 6 e 7 de abril, em Brasília, para o Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. O principal assunto levantado foi a discussão do novo modelo de acesso às universidades federais. Após os dois dias de reunião, os reitores ficaram praticamente convencidos da necessidade de reformulação do vestibular com a unificação dos processos seletivos através de um Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ampliado e aprimorado.



O vice presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), João Carlos Cousin, afirmou que o ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da reunião explicando sobre o novo sistema. Conforme Cousin, há o apoio dos reitores para unificação do processo de seleção. Ele ressaltou que as instituições terão autonomia para utilizar o Enem como uma etapa de seleção dos candidatos. “Eles podem utilizar como critério único de seleção, como uma etapa do processo ou ainda de forma parcial, reservando um determinado número de vagas que serão preenchidas por candidatos que fizeram o Enem”, explica.



Cousin explicou ainda que o objetivo do novo modelo de vestibular é melhorar os níveis de ensino e o cenário da educação, oportunizando acesso a todas as pessoas, e não somente aos estudantes que têm maior poder aquisitivo. Além disso, através do exame, o estudante será avaliado e, sabendo o resultado, poderá escolher a qual curso concorrer. “Muitos estudantes fazem hoje o vestibular para Medicina e não estão preparados o suficiente. Dessa forma eles poderão acessar, através de um sistema, sua avaliação no exame e ver em qual curso podem concorrer”, esclarece.



Durante a reunião, foi formado um conselho político com cinco reitores que representam as regiões do país para acompanhar a estruturação do novo processo seletivo. Esse conselho deve se reunir nos próximos dias com dirigentes do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) para definir suas atribuições, assim como o cronograma de atividades.



Até o fim do mês, os reitores das federais irão se reunir com os respectivos conselhos universitários para discussões internas sobre o assunto. No final do mês uma nova reunião em Brasília deve levar ao MEC uma posição definitiva.



Objeções



Durante as reuniões, alguns reitores apresentaram preocupações em relação ao novo sistema. Entre as objeções, é apontada como maior entrave à proposta, a resistência de algumas universidades, como as federais fluminense, do Rio Grande do Sul e de Goiás em relação às diferenças regionais. O receio é que as vagas do interior do país sejam ocupadas por pessoas de fora. Nesse caso, Cousin explica que o candidato irá colocar como primeira opção a universidade que gostaria de estudar. “A prioridade será encaminhar os estudantes para esta instituição”, afirma.



Outras preocupações são o cumprimento do cronograma de implantação das mudanças e a questão da segurança dos exames. Apesar de até hoje não ter havido violações em provas do Enem, se isso vier a acontecer, seriam cancelados os vestibulares de todo o país. Sobre isso, Haddad afirmou que é um problema fácil de ser resolvido e que, caso necessário, a Polícia Federal poderá ser acionada para blindagem do processo seletivo.



Cousin avaliou que essas são apenas preocupações e que deverão ser debatidas e ainda solucionadas. “Toda mudança causa uma resistência. Mas é preciso olhar para frente e encarar a iniciativa como um processo sério”, conclui.



Com a mudança, o novo Enem passará de 63 para 200 questões divididas em quatro provas (a redação continua), que serão realizadas em dois dias. Segundo informações da Agência Brasil, a data do novo Enem já está definida e será nos dias 3 e 4 de outubro. Pelos cálculos do Ministério da Educação (MEC), o novo exame deverá ter a participação de 4 a 5 milhões de estudantes, em vez dos atuais 3 milhões.

Melina Brum Cezar

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